Qualquer gordo tem Blog

13/05/2009

Pega no meu leme.

Tá vendo o que deu pegar no leme?

"Depois do 5º, vou começar a botar número em vez de nome nos filhos"

Apesar de muita gente dizer o contrário, eu acredito que existam universos paralelos ao nosso. Sério mesmo. O nosso governador José Serra, parece ter saído de um. Um universo em que as pessoas deixam de fumar em locais fechados simplesmente com uma canetada e que é preciso que um porco espirre na sua cara para você pegar uma gripe. “Caminho das Índias” é outro universo paralelo em que todos os indianos falam português com sotaque da “Barra daTijuca”. Dos portões desses universos paralelos saiu essa jovem mamãe: Maria Mariana, cujo seriado baseado em seu livro “Confissões de Adolescente” era programa obrigatório para todas as ninfetinhas que ansiavam ver seus problemas retratados na TV  e para os marmanjos que queriam ver a Mari e suas irmãs passeando de calcinha no apê do Luís Gustavo (ou a Deborah Secco deixando de usar roupas de moleque e vestindo roupas decotadas).

Em recente entrevista à Revista Época, Mariana valoriza o fato de ter largado a carreira artística para se dedicar a maternidade, diz que mães que passam a maternidade comprando roupinhas no shopping, marcando cesariana e se preocupando se “o peito vai cair” depois que terminarde amamentar, são aquelas que tem depressão pós-parto e que homens e mulheres não são iguais e que no barco da vida “Deus quer o homem no leme, porque ele é mais forte, tem raciocínio mais frio “.

Não discordo dela com relação às mulheres que compram roupinhas no shopping e se preocupam com a “lei da gravidade”. Realmente no universo paralelo em que ela vive (o universo de Macaé, cidade com um custo de vida bastante elevado por causa da Petrobrás) existem muitas mulheres fúteis que preferem encarar o risco da cesária a um parto dolorido e demorado e que não amamentar”porque os peitos são só para o sexo“. O problema é que não existe só esse universo. Existe um universo, em que provavelmente os dois leitores desse blog vivem, em que nem todas as mulheres podem deixar de trabalhar para cuidar das crianças, nem deixar de fazer uma cesariana (ainda que muitas delas sejam “convencidas” a fazer a operação por ser mais rentosa para o médico).

Até concordo que quando a Mariana fala isso está falando apenas para as mulheres de seu universo paralelo, que acreditam em tudo que a Época publica e que o mundo se resume a uma quadra da Oscar Freire ou do Leblon, mas é que é difícil ler coisas  como “Deus quer o homem no leme” e não compreeender definitivamente porque queriam tanto cercear a liberdade de expressão nos anos 60. Ela não dá só o direito de você falar o que quiser sobre coisas relevantes, mas também o de falar muita merda.

Se é pra falar  merda sem conhecimento de causa então lá vai: Pra mim esse negócio de “pegar no leme” não é coisa de homem. Quem tem que enfrentar a selvageria do mercado é a mulher que é notóriamente mais inteligente e organizada que o homem. Ela que tem que sair toda coberta no sol quente e aguentar esporro de chefe. O homem não. O homem tem mais é que cuidar da casa mesmo. Não dizem que não tem exercício melhor para os braços que um tanque de lavar roupa? Então! Além disso, tirando pilotar fogão (respinga óleo, água quente) e estender roupa lá fora, todos os serviços o cara pode fazer de cueca (não posso ir no trampo nem de bermuda),  ouvindo uma musiquinha e sem ter que aguentar “é pra ontem!”, “tá ruim essa merda! Refaz!”. Duro seria ter disposição depois pra fazer a patroa “relaxar um pouquinho”, mas nada que as  benesses da medicina moderna não dêem um jeito.

Lógico, isso é a opinião de uma cara que vivia em um universo paralelo em que ele não precisava fazer porra nenhuma em casa, mas se a Mari pode, eu também posso.

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