Qualquer gordo tem Blog

20/04/2011

A Paixão de Brian

Há cerca de dois anos eu escrevi esse texto aqui sobre a mesmice da programação de Páscoa das emissoras de TV e de como seria legal se em vez de passar “A Paixão de Cristo”, xaropada anti-semita do Mel Gibson, passasse “A Última Tentação de Cristo”, aquele filme herege do Martin Scorsese. Pois eu descobri (bem tarde é verdade) algo mais herege ainda e que iria agitar a páscoa de todo mundo com as altas confusões de um hebreu muito louco (Sessão da Tarde mode on).

“A Vida de Brian” foi cometido pelo grupo inglês de humor Monty Python, aquele de que muita gente fala, mas pouca gente viu de verdade (é como o gol do Pelé na Rua Javari). Mais revolucionário e mais antigo que o filme do Scorsese, em vez de se preocupar em mostrar um Jesus mais humano, o filme mostra um humano que é tratado como Jesus, só que por engano. O engano já começa logo no início quando os três reis magos acabam parando na manjedoura e depois voltam para tomar de volta os presentes que deram para o Brian já nos dando um indício do quanto o protagonista vai se fuder grandão nessa história.

Se já existisse o tal de “bullying” em 33 d.C. nosso amigo circuncisado poderia processar Deus tranquilamente, pois o destino dele é só se lascar na vida. Os pastores e padres vivem dizendo que Jesus sofreu por todos nós, mas pelo menos ele tinha poderes, as pessoas prestavam atenção no que ele dizia e só passava fome quando queria (nunca faltou pão, peixe ou vinho para o Messias). Já o nosso Brian era dominado pela mãe, que mesmo sendo um homem feio vestido de mulher, prestava favores sexuais aos romanos, usava uma calça curta ridícula, é feito de bobo pelo grupo radical judeu do qual inventa de fazer parte (tudo por causa de uma judiazinha magrela da brancelhona), vai preso, e, mesmo conseguindo fugir, é confundido com o Messias e vai preso de novo (não sem antes ser sequestrado por “aliens” que surgem do nada DENTRO DE UM FILME BÍBLICO. As drogas que se consumia em 1979 eram mais fortes que as atuais).

No entanto quem se sentiu vítima de bullying foi a Igreja, que como de costume chiou bastante na época em que o filme foi lançado. Parece que é mais importante fazer um filme ruim que seja “chapa-branca” do que fazer um filme excelente com um pouco de critica (pode ver que os filmes criticados pela Igreja são sempre melhores que os que ela recomenda). O fato é que os Pythons dão uma boa cutucada nas religiões (qualquer uma, não só as cristãs), principalmente depois que começam a achar que Brian é o Messias e que tudo o que ele fala é maravilhoso até o momento em que ele manda os seus seguidores se foderem e eis que um deles pergunta “Mestre, como é que podemos foder a nós mesmos”(fosse eu mandaria ele comprar qualquer coisa pela Shoptime…)

Mas o grupo não critica só a religião. Tanto o imperialismo quanto as esquerdas são ridicularizadas em “A Vida de Brian”. O grupo do qual Brian tenta fazer parte (Peoples Front of Judeah, mas poderia se chamar PFJ do B ou PSTU) é daqueles que organizam uma assembléia só para decidir qual é a data da próxima assembléia e seu líder, Reg, é adepto do “vai indo que eu não vou”. Se existisse nos tempos atuais (não existe?) eles seriam aqueles que criticaram a Dilma por ter ido ao aniversário da Folha. Já os romanos são todos imponentes e pomposos, mas vivem cometendo gafes e são ridicularizados o tempo todo pelos judeus (que ridicularizam,mas não movem uma palha para tirá-los do poder e os que se revoltam acabam perdendo tempo com brigas internas em vez de fazer algo mais objetivo, igual acontece em um certo país sul-americano…). O Põncio Pilatos da língua presa e que fala errado, lembra um pouco o César de Hermanoteu da Cia Melhores do Mundo (esses sim beberam da fonte do Monty Python).

Chega de falar. Veja abaixo uma das melhores cenas do filme: o apedrejamento.

Segue abaixo um falso trailer editado para se parecer com “A Paixão de Cristo”

22/12/2010

O melhor (pior) filme de Natal de todos os tempos

O pior da programação de natal da TV aberta, não são as reportagens na 25 de março (diga-se de passagem, sempre a mesma do ano anterior, só muda a locução), nem os especiais de fim-de-ano (Roberto Carlos, Xuxa, Didi…). São os filmes. É sempre o Tim Allen querendo ser um papai legal, alguém que não gosta do natal e é convencido do contrário por um ente fantástico, ou é um filme bíblico (quase sempre o “Jesus de Nazaré” com o Robert Powell, que a Record reprisa até dizer chega) ou a pior de todas as pragas: Uma reprise de “Esqueceram de mim” (1 ou 0 2). Isso só dá mais méritos a comédia “Papai Noel às avessas”, que mesmo sendo um típico filme de Natal, consegue ser um filme diferente de qualquer um que você possa ter visto.

Esse filme não deixa de ser um típico filme de Natal, pois também trata-se de uma pessoa que também passa ver o Natal com outros olhos depois de conhecer uma outra muito especial e ter uma excelente experiência com ela. O que difere das baboseiras de costume é a forma com que se dá essa experiência regada a palavrões, sacanagem, bebedeira e sarcasmo em doses cavalares.

Resumindo a história: Um alcóolatra arrombador de cofres (Billy Bob Thornton)viaja pelos Estados Unidos de shopping em shopping trabalhando como Papai Noel apenas para poder roubar a grana do local na época em que o pessoal mais consome. Seu acompanhante é Marcus (Tony Cox, o anão de “Uma comédia nada romântica”) que, apesarde ser anão, é o “big boss” da dupla (pegou, pegou!) pois é mais responsável, não enche a cara, não se distrai com mulheres e graças ao tamanho consegue se enfiar em qualquer lugar. Em um shopping no Arizona, o bebum Willie acaba tendo que se esconder na casa de um gordinho bobão (Brett Kelly de “Menores Desacompanhados” onde está mais mongo) que mora com a avó que dorme o tempo todo e só acorda pra jogar futebol com as próprias tetas (isso tá no roteiro do filme). Aos poucos ele vai se afeiçoando pelo garoto e ficando mais mole e com isso torna se um risco para os planos de Marcus. Somado a isso a dupla tem que lidar com o chefe da segurança do local (Bernie Mac, o negão de “As Panteras”), que descobre o plano dos dois e quer ficar com metade da grana.

Só a idéia de um Papai Noel alcóolatra e arrombador de cofres por si só já garante um filme infinitamente superior a “Milagre na rua 34”. Não bastasse isso o cara em meia hora de filme já falou mais palavrão que a Dercy Gonçalves em 103 anos de vida. Não bastasse isso ainda transa com uma mulher enorme no provador da loja para tamanhos grandes falando em alto e bom tom que ela não vai poder cagar por uma semana e quase é estuprado por um gay que não teve o flerte correspondido por ele. Agora você deve ter se convencido de que não é um filme do Tim Allen, não é mesmo?

Para completar a turma tem uma garçonete (Lauren Grahan de “Gilmore Girls”) tarada (literalmente) pelo Papai Noel (que certamente teria um orgasmo em público se fosse na 25 de março) e um gerente de shopping politicamente correto que dá uma de bonzinho, mas pede para o chefe da segurança espionar a dupla de trapaceiros só para ter um motivo para demití-los, pois tem um puta medo que o Papai Noel fale palavrão na frente das crianças e caga de medo em imaginar que o anão o processe por práticas desleais caso o demita. Quem interpreta esse homem, que se sentiria bem à vontade se pertencesse a nossa classe média, é John Ritter, o mesmo que fez o pai certinho em “O Pestinha” (1 e 2) cuja participação nessa bagaça é seu canto do cisne, pois morreria dois meses antes da estréia (o filme é dedicado a ele).

O segredo de um filme insano como esse são as pessoas envolvidas nele. O protagonista é Billy Bob Thornton, o cara que pegava a Angelina Jolie antes do Brad Pitt, na época em que ela só fazia papel de drograda/sapatona/as duas coisas. Os produtores são os irmãos Coen, os mesmos que cometeram outras doideras (“O Grande Lebowski”, “Fargo”, “Queime depois de ler”…). Os roteiristas são Glen Ficarra e John Requa (que cometeram “O golpista do ano”, com o Rodrigo Santoro namorando o Jim Carrey) e o diretor é Terry Zwigoff, famoso pelo documentário sobre a vida do cartunista Robert Crumb (reza a lenda que ele ameaçou se matar caso o Crumb não colaborasse com o filme). Até a comediante Sarah Silverman (“uma vez eu chupei um mexicano e fiquei com diarréia”) aparece em uma cena posteriormente deletada. Não tem um que preste nessa merda.

Porra Tom Zé, esse teu filme, hein!

Porra Tom Zé, esse teu filme, hein!

Infelizmente, até onde eu sei, só foi lançada no Brasil a versão com cortes  (que ainda assim mantem a indecência do filme). Se alguém tiver notícias da versão do diretor aqui em Brasúndia, pelos meios oficiais (por download não é difícil encontrar) se manifeste. Você pode ver uma comparação entre as duas versões aqui (em inglês). Pode também ver uma crítica bem melhor que a minha aqui. E torça para que o bom velhinho tome vergonha na cara e exiba essa pérola na sua emissora de TV (o bom velhinho a qual me refiro é esse.)

31/03/2010

Quiz Show: Robert Redford explica o BBB

Esses dois caras já foram pré-selecionados pelo Boninho para a próxima edição do BBB

Eu juro por Deus como eu não queria escrever sobre BBB. Não vou bancar o intelectualóide e dizer que nunca vi e não quero ver. Quando o programa estreou, acompanhei atentamente a primeira edição. Na segunda temporada, vi vários episódios esporadicamente. Na terceira temporada eu já estava de saco cheio de reality shows. Quem em sã consciência, acompanha 10 edições de algo que tem basicamente o mesmo enredo? Eu sou fã da série “Rocky”, mas Deus me livre de ter que assistir mais 3 vezes o Stallone apanhando igual o Palmeiras no campeonato pra só no finalzinho ganhar a luta. Até o Boninho sabe que 10 BBBs são o suficiente para estourar o saco do telespectador mais fiel. A menos que ele seja formado na escola “Dan Enright” de formação de produtores de TV. (more…)

25/01/2010

A Mulé-Dama e o Vagabundo

Eu prometo que depois desse jabá eu volto a escrever sobre coisas sérias(?) e paro de fazer auto-promoção. Aproveitando o gancho do post anterior, posto aqui mais uma produção audiovisual estrelada pela minha pessoa desta vez integrando a Cia Komus , a companhia de teatro amador que leva fumo igual uma profissional, agora aventurando-se pelo campo do audiovisual. À propósito, penso em colocar neste blog uma sessão exclusiva para videos amadores do You Tube. Não para prestigiar “o cara com o maior trapézio de não-sei-aonde” e sim filmes sérios (?)

Chega de papo. Vamos ao freak show:

Veja outras excrescências aqui.

Sugestões de outras produções amadoras, por favor enviar para tox.cityusp@hotmail.com

19/01/2010

O que você entende de cinema para criticar o Fábio Barreto?

Muito pouco, tenho que admitir. Desde semana passada que venho recebendo muitas críticas pelo que que escrevi a respeito do filme sobre a vida do nosso presidente, algumas delas foram externadas aqui mesmo na caixa de comentários deste blog. Dentre as que não foram, teve gente que me chamou de tucano (obviamente alguém que não me conhece e não conhece o blog, fidagalmente ANTI-TUCANO), alguns me chamaram de invejoso (sempre a mesma conversa. Se vc critica alguém necessariamente é porque você inveja. Deus me livre de ter inveja de alguém que bota um coração no meio de um casal para dizer que eles estão apaixonados) e outros disseram que não entendo nada de cinema.

A bem da verdade, logo no início da minha crítica eu coloco bem claro que não sou um crítico profissional e sim um mero espectador que quer ter o direito de apontar o que poderia ser feito de melhor no filme. Também não sou um cineasta. Minha colaboração com a sétima arte foi aservir de contra regra e coadjuvante em alguns filme s da época da facul. Mais precisamente da famigerada Kakko, Wakko e Yakko Ltdos., a produtora de anúncios mais limitada do Brasil. Todos os créditos dassuas produções devem ser dados ao Boi, ao Mono, ao Y e ao inútil do Cocô.

Essa é a nossa produção. Por favor não nos xingue. Já fomos ofendidos o suficiente:

O “portfólio” completo você vê aqui.

12/01/2010

“Daria um mindinho da mão esquerda para ficar com a Cléo Pires.”*

* O título acima não reflete necessariamente a opinião do autor desse blog

Esse ano de 2010 promete ser o ano das polêmicas. Mal 2009 acabou e Boris Casoy já se antecipou ofendendo dois garis que desejavam Feliz Ano Novo aos seus telespectadores. No dia seguinte estreou nos cinemas “Lula, o filho do Brasil” filme que conta a trajetória de nosso presidente desde o nascimento em 1945 até a morte de sua mãe Lindu em 1980. Muitos acusam o filme de eleitoreiro, por estrear justamente em um ano de eleições presidencias. Estes podem ficar tranquilos. O filme é tão frustrante que é mais fácil servir como contra-propaganda do que o contrário.

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